quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Resenha

Quem É Você, Alasca?

Título: Quem É Você, Alasca?
Autor: John Green
Editora: Martins Fontes
Sinopse: Miles Halter é um adolescente fissurado por célebres últimas palavras que, cansado de sua vidinha pacata e sem graça em casa, vai estudar num colégio interno à procura daquilo que o poeta François Rabelais, quando estava à beira da morte, chamou de o "Grande Talvez". Muita coisa o aguarda em Culver Creek, inclusive Alasca Young, uma garota inteligente, espirituosa, problemática e extremamente sensual, que o levará para o seu labirinto e o catapultará em direção ao "Grande Talvez".


Eu admito: não gostei da sinopse. Não gostei da capa. Não gostei da orelha. O único motivo que me fez ler foi ele ser escrito pelo John.
Esse é um livro diferente; não só dos livros do John Green, quanto de vários outros que eu já li. Não é um livro que me prendeu pela história, mas pelos personagens, que parecem reais; pela "filosofia" (ou sei lá como se chama isso); pela lição de vida (porque sim, os livros do John Green tem lições de vida) e pela sinceridade. Apesar das diferenças, ele não deixou de escrever um livro irônico, engraçado, contemporâneo e com um toque de drama.
Realmente, os personagens são incríveis e únicos. Parecem gente como a gente. 
Alasca é a típica rebelde: sempre quebrando as regras, aprontando, conquistando todos, mesmo que saibam que ela quebra corações. Já Gordo é o palhaço: divertido, sem se importar muito com nada, mas é leal aos amigos. Takumi é a "retaguarda" do grupo: nunca aparece muito, mas sempre está lá, para ajudar. 
E finalmente chegamos ao Miles. Ele é um menino curioso: amente de últimas palavras (literalmente últimas palavras, aquelas que as pessoas falam antes de morrer), fechado, leal, divertido, romântico, e até um pouco nerd. Na minha opinião, é ele, a narração dele, e não Alasca (que até ganhou o título do livro) que dão mais vida e graça na história. 
Um dos únicos pontos ruins do livro foi que você já sabe o que vai acontecer desde o início. Tem uma fala de Alasca que define tudo e, por mais que você reze para não acontecer, ela acontece. Esse fato dividiu tudo em "antes" e "depois".

"Vocês fumam para saborear, eu fumo para morrer." -Alasca

O "Grande Talvez" que Miles procura me fez pensar. O que é exatamente o Grande Talvez? O futuro? Uma forma de sair do labirinto? Um marco na sua vida, que vai dividi-la em "antes" e "depois"? Acho que a mais certa é essa última. Pois, se for assim, Miles encontrou (para a alegria dos leitores) o seu Grande Talvez, que é todo o motivo da história ter acontecido, para falar a verdade. 

"Usamos o futuro para escapar do presente." -Alasca

Outra questão do livro que me fez pensar foi o labirinto. Principalmente o labirinto, para falar a verdade. Acho que ele me fez pensar mais que o Grande Talvez... 
Por que, afinal, como sair do labirinto?  Acho que essa é a grande filosofia, a grande questão do livro. Mais que o Grande Talvez, que começou da história toda. 
No fim, tudo o que importa, é como escapar dele. Essa é a questão mais importante.

“Minha pergunta é: Por que as pessoas boas se dão mal na vida?” -Miles



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